terça-feira, 11 de maio de 2010

Rescaldo da festa!


Ninguém no início da época poderia acreditar que o SC Beira-Mar pudesse sagrar-se campeão nacional da II Liga e regressar ao convívio dos «grandes» do futebol nacional! A equipa tinha sido inscrita «em cima do joelho» e ainda me lembro dos críticos do costume virem ao de cima quando os resultados da pré-época só nos trouxeram derrotas. Por isso, e porque a época foi muito muito difícil (a saída de Mano Nunes, o vazio directivo, os ordenados em atraso, a falta de publico no EMA...), este é, para mim, um feito ao nível do alcançado por António Sousa quando venceu a Taça de Portugal.
Leonardo Jardim, que já na época anterior tinha subido o Chaves à Liga Vitalis, é sem duvida o responsável número um por este feito, mas há outros, como eu em breve farei questão de lembrar.
Quanto ao jogo da festa, julgo nem sequer ser necessário emitir opinião sobre a qualidade do mesmo ou tecer qualquer comentário sobre a nossa exibição. O importante é que Kanu marcou o golo que nos deu uma vitória, uma subida de divisão e um título.
O ambiente no estádio foi muito bom. Mais de sete mil espectadores nunca negaram apoio à equipa e no final, não foi possível evitar uma invasão de campo! Pena é que estes sete mil espectadores só tenham aparecido no fim do campeonato e que na grande maioria dos jogos, o Beira-Mar tenha tido mil adeptos nas bancadas. Seja como for, eu até esperava menos publico, porque na semana que antecedeu o jogo, a promoção ao encontro decisivo foi...nula! Inacreditavelmente, nula! Não houve flyers, não houve faixas, cartazes, não houve mesmo nada! Neste aspecto, o Beira-Mar continua um clube amador e a culpa nem sequer é da actual Comissão Administrativa que efectivamente não possui meios para que o clube tenha uma outra máquina organizativa. Não tem, de facto, mas nas vésperas de um jogo que valia uma época, podia mesmo assim ter feito mais!
Mas importa é realçar a festa. Começou no estádio e prolongou-se pelas ruas da cidade. E se é verdade que a grande maioria das pessoas só se lembrou do Beira-Mar no dia da festa, também não deixa de ser verdade que o jogo com o Carregado mostrou que o nosso clube ainda consegue ter a simpatia de muitos aveirenses e que é possível devolver o nosso «emblema» a Aveiro e a toda uma região. Existe potencial para isso.
A festa foi bonita, sim senhor, mas como já muito gente reparou, houve gente para quem este sucesso passou ao lado. A esses senhores, dedicarei em breve um texto de teor bastante critico. Porque há coisas que não mudam em Aveiro...

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