A saída de Carlos Miguel e as tristes figuras de meia duzia de garotos

Por norma, sou contra as chicotadas psicológicas. Salvo raras exceções, sou quase sempre contra a decisão de fazer do treinador o «bode expiatório» para os maus resultados. Relativamente a «chicotadas» à terceira jornada, seja em que clube e que competição for, sou ainda mais crítico.

Sobre a saída de Carlos Miguel, e ainda que este campeonato esteja a ser verdadeiramente dececionante, apanhou-me totalmente de surpresa.

Disse-o no início e volto a repetir: gosto do Carlos Miguel. Seria o homem ideal para nos levar à subida de divisão? Não sei, o que sei é que não me parece fazer sentido esta rescisão à terceira jornada. O que sei é que Carlos Miguel é beiramarense, daí, sinceramente não perceber como é que se pode ler «por aí» tanto e tanto comentário a pedir este e aquele treinador por ser do Beira-Mar! Deixem-se de tretas porque o Carlos Miguel não é um «tipo» que caiu no clube de para-quedas. Não. É de Aveiro, filho de um ex. jogador do Beira-Mar, foi formado no Beira-Mar, jogou nos seniores do Beira-Mar e foi com enorme orgulho que «pegou» este ano na equipa. Gosta tanto do Beira-Mar como muitos outros nomes que por aí são pedidos. Pode vir um treinador que saiba mais de futebol? Até pode, agora, não digam é que vem alguém que goste mais do Beira-Mar que Carlos Miguel.

Não sou advogado de defesa do «mister», até porque dando-me bem com ele, não tenho uma ligação próxima, agora, o que não posso aceitar é tanta estupidez, tanta maledicência, tanta ignorância que vai sendo revelada aí pelas redes sociais…

No meio disto tudo, deparamo-nos com mais umas tantas cenas tristes protagonizadas por meia dúzia de miúdos que agora, por fazerem parte dos UAN, se julgam mais beiramarenses do que todos nós, adeptos de verdade. Miudos que só são do Beira-Mar até ao dia em que jogarmos com os ditos «grandes». Esses mesmos miúdos que, depois de termos perdido com o Estarreja (vindo do Campeonato de Portugal e também candidato à subida), foram colocar uma tarja no «Mário Duarte» com recados à equipa. Repito: à segunda jornada! Mas o que é isto? Esta gente vê na televisão as tristes cenas das claques dos grandes, e no lugar de se desmarcarem destas tristes cenas, não, fazem exatamente o mesmo. Mas pronto, já devem estar contentes porque o Carlos Miguel já saiu…

Isto é tão surreal que já cheguei a ouvir gente apelar ao regresso do Zé Alexandre; quando tínhamos o Zé, só queriam é que ele saísse. Como queriam a saída de Augusto Semedo…nenhum presta. São todos muito bons quando não estão no Beira-Mar; depois entram no clube, perder-se uns jogos e pronto, é mandá-los embora…