quarta-feira, 4 de maio de 2011

Que Academia é esta que pune uma criança de nove anos por um erro do seu pai?


Eu sempre adorei futebol, o desporto em geral e, claro, o SC Beira-Mar; o miúdo, também sócio do clube, sempre gostou muito de jogar à bola. Conclusão: foi, com toda a naturalidade, que o Filipe, com apenas quatro anos e meio de idade, entrou para o SC Beira-Mar. Não podia ser de outra forma. Hoje, passados outros quatro anos, o Filipe foi obrigado a sair do Beira-Mar e foi obrigado a ter que procurar outro clube onde possa fazer aquilo que mais gosta: jogar à bola. O miúdo ainda não está totalmente integrado no seu novo clube, o miúdo ainda anda de semblante algo carregado por ter sido obrigado a sair, mas, felizmente, encontrámos na AD Taboeira um conjunto de pessoas que nos receberam de «braços abertos» e que tudo têm feito para permitir ao Filipe uma rápida e feliz adaptação.

Diz o povo que «quem não se sente, não é filho de boa gente», por isso, e depois de muito pensar, decidi dar a conhecer uma história que retrata bem a forma escandalosa como a Academia (?) de futebol do SC Beira-Mar ignorou por completo uma criança de nove anos! Um miúdo que tinha orgulho em representar o clube «auri-negro» desde os…quatro anos! Um miúdo que, não tendo feito nada de mal e que não tendo cometido nenhum erro, foi penalizado por um erro de um adulto (admito-o e sempre o admiti) mas, muito mais, por um erro muito maior da Academia. E esse erro foi ter misturado as coisas. Esse erro foi pensar mais no «bom-nome» (mas que «bom nome?) da Academia do que propriamente pensar no mal que fizeram à cabeça de uma criança desta idade!

Poder-se-á pensar que só agora, que o Filipe saiu, é que estou a «pôr cá para fora» todo um conjunto de criticas; poder-se-á pensar que só estou a relatar esta «história» por esta ter como protagonista o meu filho mais velho. É legitimo pensar assim, mas é errado pensar assim. Quem na Academia privou comigo ao longo destes últimos anos, sabe bem que sempre tive uma postura critica com tudo aquilo em que não me revia e sempre defendi todos os miúdos que compõem a equipa de Traquinas A (sub9) exactamente da mesma forma. Nunca olhei apenas para o meu umbigo, nem nunca fiz do meu filho um «Cristiano Ronaldo». Mais: já esta época, e logo no seu inicio, insurgi-me contra aquilo que foi a primeira manifestação de falta de palavra e personalidade do treinador deste grupo, quando vi que duas crianças estavam a ser prejudicas por critérios totalmente errados na gestão de uma equipa composta por jovem atletas de 8 e 9 anos. E nenhum era o meu filho. Mas defendi o meu ponto de vista e defendi essas crianças. Mesmo sabendo que, a partir daí, ficaria «marcado». Eu e o Filipe. Na convocatória a seguir, o Filipe ficou, pela primeira vez, de fora. Coincidência???? Não sejamos anjinhos e comecemos a perceber como é que as coisas funcionam.

Hoje, entro no quarto do miúdo, e consigo perceber o que deverá passar-se por aquela «cabecinha» do menino que lá tenho em casa. É que eu próprio, ao rever as fotos, ao ver a camisola 23amarela e preta encaixilhada e colocada numa das paredes do quarto, ao abrir as gavetas de uma cómoda e olhar para todas aquelas t-shirts amarelas e pretas, fico com uma tristeza difícil de descrever. Tudo isto, numa criança de tenra idade, deve ser ainda mais complicado. Estou mais do que convencido que aquilo que lhe fizeram, vai deixar marcas para sempre.

Independente de tudo aquilo em que não me revejo, de tudo aquilo que acho que tem que mudar, vivi anos com um grupo que nunca irei esquecer. Um grupo de meninos que adora jogar futebol, que gosta do clube, cheio de talento e muita amizade entre todos os seus elementos. Não vou esquecer o primeiro treino do Filipe (em Frossos) ainda no tempo que o Sr. Vítor coordenava a Academia, não vou esquecer os primeiros jogos, a presença em muitos torneios, a participação no Torneio Distrital de Pré-Escolas e a participação este ano no Campeonato Distrital de Traquinas A’s!

Mas, afinal, porque é que este ciclo chegou ao fim?

A contar para o já referido campeonato Distrital de Traquinas A, deslocamo-nos até Arouca para jogar com o Colégio Salesianos.
A perder por 3-5, sofremos o sexto golo no último minuto e só depois de estarmos a perder por 3-6 é que o «treinador» da nossa equipa decide colocar em campo, quatro suplentes, a vinte segundos do fim! Não sou mentiroso e por isso não admito que ponham em causa o que aqui escrevo mais uma vez: quatro miúdos do SC Beira-Mar, depois do jogo já estar perdido, jogaram 20 segundos nesta partida. O Filipe tocou uma vez na bola, outros houve que nem isso!

Ok, poderão argumentar que o treinador é soberano, que as decisões têm que ser respeitadas e que nem sempre isso acontece e que a cena que aqui contei, nunca poderia ter justificado a minha reacção «a quente», logo após o final do encontro. É verdade. Errei. Apesar de estar convicto da minha razão, errei pela forma como reagi. Mas…quem nunca errou? E como é possível que um erro de um pai, sirva para castigar um filho? O miúdo não devia ser o mais importante a preservar?

Errei, mas é bom, que as pessoas entendam que o meu erro, no fundo, acaba por ser reflexo da revolta sentida por tanta e tanta coisa errada e injusta que há muito vinha presenciando.

Trabalho há vinte anos numa grande empresa internacional, trabalhei dez anos no jornalismo e ainda há-de vir a primeira pessoa que diga que gosto de arranjar problemas ou que sou conflituoso! Não sou «arruaceiro» como se pretendeu fazer, não admito lições de moral por parte de quem não revela a mínima preocupação em seguir de perto as crianças da Academia, de pessoas que não se importam de ter treinadores que só sabem gritar com os miúdos, que não sabem o que é pedagogia, que não se importam de contar nas suas fileiras com treinadores que não gostam dos miúdos. E o treinador desta equipa é tudo isso! Para além de mau treinador, é péssimo na gestão de um grupo de crianças. Não será isto muito mais importante do que a minha atitude no final de um jogo??? Não deveria isto merecer por parte da Academia muito maior preocupação do que o sucedido no final de um jogo???

Reparem no seguinte:
No ano passado, o nosso anterior treinador foi muito criticado, pelos pais e pela Academia, essencialmente por dois motivos: porque «berrava» muito com os miúdos e porque «rodava» pouco a equipa. Pois bem, eu pergunto: o que mudou este ano? Nada! Mais: fui no ano passado seccionista da equipa e testemunhei, que nem sempre concordando com todas as suas decisões e formas de actuar do anterior treinador, este era alguém que gostava muitos dos miúdos (e vice-versa) e, acima de tudo, era alguém que tinha colocado a equipa a jogar a um nível incomparável no nosso Distrito. E este ano? Este ano, a equipa está no quarto lugar do Campeonato! Pior: a equipa está destroçada e já houve, antes e depois do sucedido com o Filipe, pais que tiraram os miúdos do clube. Porquê? Mas vai ser pior: na próxima época, miúdos com muito valor, vão sair. E vão sair porque estão desmotivados. Porque só ouvem berros. Porque são tratados por um «treinador» que fala para eles como eu nunca falei em casa para um filho! Repito: em termos de preocupação, não seria tudo isto muito mais importante para a Academia?

A questão também passa por isto: a Academia não «sente» estes problemas porque não acompanha minimamente as equipas de perto. Guia-se pelo feedback e reuniões que têm com os treinadores e fica-se por aí. Este ano então, a desilusão foi bem maior. E porquê?

No ano passado, a temporada acabou com uma reunião que nós, pais, pedimos para ter com o Coordenador da Academia. A reunião fez-se (a nosso pedido, atenção!) e o Coordenador ouviu dos pais, duas criticas essenciais: a falta de acompanhamento por parte de quem dirige a Academia e a forma como a equipa, no entender dos pais, estava a ser treinada. O que é que se fez? Mudou-se o treinador para termos uma nova forma de «trabalhar» a equipa, mas, relativamente ao acompanhamento necessário, nada se alterou, daí, eu dizer que esta época a desilusão tenha sido ainda maior. Então um Coordenador ouve dos pais que seria bom aparecer de vez em quando nos treinos e passa um ano inteiro sem aparecer uma única vez????? Ok, percebo que o tempo é pouco, que o clube tem muitas equipas, que as equipas treinam em vários campos do Concelho e que o próprio Coordenador seja também ele treinador de uma equipa da Academia, mas que Diabo, depois do que ouviu no final da época anterior, não arranjou tempo para visitar uma vez que fosse a nossa equipa??? O que é coordenar afinal??? É simplesmente coordenar administrativamente??? Ou coordenar não será também acompanhar de perto? E o que via o Coordenador se marcasse presença nos treinos desta equipa alguma vez??? Via treinos sucessivos, orientados por um senhor que não «berra» menos do que no ano passado, via um treinador que, independentemente de querer ganhar como todos os outros, não sabe gerir o plantel da melhor forma no sentido de não existirem tantas diferenças entre os titulares e os «outros» e via um grupo de pais que nunca pensaram que, afinal, esta época, ainda haveriam de ter saudades do anterior treinador. É que o anterior treinador, apesar de todas as criticas, é, em todos os sentidos, claramente melhor do que o actual.

Mas mais do que discutir se o treinador é bom ou mau, porque isso é sempre discutível, é falar daquilo que devia ser o mais importante num treinador de futebol de sete: carácter, personalidade, sensibilidade e aptidão. Vejamos o seguinte:
Aquando da apresentação do novo «treinador», este, no uso da palavra, e como querendo romper com o passado recente, diz aos pais que iria estar sempre receptivo a criticas e que consigo à frente da equipa, comprometia-se a não deixar de fora o mesmo miúdo dois jogos consecutivos e que em todos os jogos, nunca haveria nenhum jogador que não entrasse em campo. Gostámos da abordagem. A cumprir-se o que foi apresentado, teríamos todas as condições para termos uma época positiva. Sabemos que nem todos os miúdos estão ao mesmo nível, sabemos que nem todos podem jogar o mesmo tempo e sabemos que há um título em disputa e que ninguém gosta de perder. Ninguém põe isto em causa. De qualquer das formas, a primeira abordagem do novo «treinador» revelou uma perspectiva correcta sobre aquilo que devia ser a gestão de uma equipa de futebol composta por miúdos de 8 e 9 anos. Mas, então, qual o problema? O problema é que o próprio «treinador» não passou das intenções aos actos e tudo aquilo com que se comprometeu, não cumpriu! Ou seja, poucas semanas depois, já tínhamos visto jogos em que não eram utilizados todos os jogadores e já tínhamos visto vários atletas a ficarem de fora da convocatória mais do que uma semana seguida. Então, um «treinador» coloca as regras em cima da mesa e ele próprio não as cumpre??? Aqui, deu para ver com quem contávamos! Reagi, claro. E como escrevi anteriormente, reagi em defesa de crianças que não o meu filho. Porque nunca pensei apenas no meu filho!

Mas há mais: um «senhor» que se apresentou como o «homem do diálogo», mas mal foi confrontado com as primeiras criticas, reagiu mal. Ao contrário do que se faz crer, o novo «treinador» não «deu conversa» a mais aos pais, o novo «treinador» só passou por todos os que no seu lugar, passariam, ou seja, ouvir opiniões, criticas e queixas. Quem quer ser treinador, sabe que isto é o normal em todas as equipas. Este «treinador» parecia uma coisa e é outra. Foi ao ridículo de ameaçar ir-se embora porque os pais estavam a ser muito injustos consigo. Coitadinho! Sempre disse aos restantes pais que estava mais do que convencido que não ia e que aquilo não passava de encenação e que o que «treinador» queria era que os pais lhe implorassem que ficassem. Como aconteceu. Os pais fizeram-lhe ver que se fosse embora, era o «fim do mundo» e o senhor «treinador» lá ficou! Mas até aqui revelou, mais uma vez, falta de palavra, porque assumiu claramente que abandonava a equipa no final da primeira fase do campeonato…e ficou, infelizmente.

O pior foi tudo o que veio a seguir. O «treinador» revelou-se. Poucas semanas depois, de não cumprir com o que se comprometido, surge num treino, com um novo «regulamento», «abençoado» pela Academia, em que, resumidamente, retirava tudo o que disse quando chegou ao clube, que podia haver miúdos que ficassem de fora mais do que um jogo consecutivo e que nada o impediria de não utilizar todos os jogadores convocados. Mais: «conversas», só com o Coordenador. Que desilusão! Afinal, dialogar não era com o novo «treinador» e seguir aquilo que deve ser sempre o futebol de formação, também era utopia! Pior: tudo isto com a suposta concordância da Academia, a mesma Academia que no ano passado achava inadmissível ter miúdos numa equipa de futebol de sete que não eram utilizados um minuto que fosse. E repito: a minha discordância não tem a ver com a situação do meu filho na equipa, que não sendo um dos chamados «craques», lá ia jogando mais tempo do que muitos outros colegas. Mas lá está, eu não critico ou elogio apenas porque o meu miúdo joga muito ou pouco!

Depois, há coisas que chegam a ser ridículas e caricatas! Por um lado, nunca vi a Academia, mesmo depois de tudo isto ter sido exposto por mim numa reunião que tive já depois do incidente que protagonizei em Arouca, e por outro, vêm ter comigo seccionistas e treinadores de outros escalões e dizem-me não se reverem neste ripo de decisões do «treinador» dos Traquinas A, que é inconcebível nestas idades o clube ter jogadores que não jogam; que os treinos são uma vergonha; etc, etc.
Voltemos ao incidente de Arouca.
Aconteceu o que já expliquei – uma reacção extemporânea e indesculpável da minha parte – e, alguns dias depois, estava a receber um mail, dando conta do «castigo» aplicado ao Filipe. Suspenso dos treinos e votos de felicidades. É bem verdade, que no mesmo mail, a Academia dava conta de eu ter direito a resposta, daí não ter perdido tempo e rapidamente ter pedido uma reunião. Foi aceite e lá fui com a minha mulher. Sim, porque o Filipe também tem mãe…

Na reunião, fui humilde. Reconheci o erro (nem outra coisa podia fazer), mostrei disponibilidade para um pedido de desculpas ao «treinador» e fiz valer os meus pontos de vista: o Filipe não podia ser punido por um erro do pai! Mais: independentemente do erro do pai do Filipe, fiz-lhes ver que a minha reacção a quente, independentemente de não ter desculpa possível, não foi «obra do acaso», mas sim o reflexo natural de um conjunto de situações que julgo serem graves. O SC Beira-Mar não pode chamar «Academia» aquilo que tem um «treinador» que só faz mal aos miúdos! Maus-tratos não são só o que vimos na televisão. Repito: maus-tratos, sim! Não tenham duvidas que há miúdos que, «treinados» por este senhor, só pioraram na sua auto-estima. E isto é grave.

Na referida reunião, os senhores da Academia preferiram apontarem-me criticas do que propriamente pararem para pensar no que estava verdadeiramente em causa: a criança. Criticaram-me por coisas que escrevi em blogues, ou seja, no lugar de tomarem uma decisão que visasse o melhor para o miúdo, estava mais preocupados com o seu «bom-nome». Isso, sim é importante. Mas qual «bom-nome»?? Não querem é criticas, isso sim. Criticas em publico? O que é que tem? Não tenho um blogue para escrever o que penso. É melhor deixar tudo com está? Nunca fui assim, Vivemos num país livre, trabalhei dez anos para o Diário de Aveiro e sempre me habituei e criticas!

Seja como for, tanto eu como a minha mulher, saímos da reunião mais do que convencidos que o miúdo, uma semana depois, ia regressar aos treinos. Disseram-nos apenas que teriam de confrontar os seccionistas com o que tinha acontecido na reunião, mas, repito, foi-nos praticamente dito que o miúdo ia voltar. E aqui, começa o…fim! O que mais me magoou. O que mais me desiludiu. O que mais me feriu.

Passou um dia, dois dias, uma semana, treze, quatorze dias e nem uma resposta. Mas pior: liguei N vezes para o Coordenador da Academia e nunca fui atendido! Enviámos mails a solicitar uma decisão, e nunca obtivemos resposta! Escrevi, inclusivamente, para o senhor «engenheiro» da Academia e igualmente nada me foi respondido! Inacreditável. E, claro, os dias passavam e o miúdo continuava cada vez mais baralhado, mais triste por não ter autorização para regressar ao seu (SEU) grupo de amigos. Não, nunca escondi ao Filipe que eu errei! Assumi o erro perante o meu filho. Ainda que só tenha nove anos, julgo que percebeu que foi o meu erro que o impediu de continuar a ser jogador do clube do qual é sócio, do clube do qual o pai é sócio desde sempre! Mas, também quero que ele perceba que mais grave do que um erro individual a «quente», foi um erro muito, muito mais grave de «quatro cabeças pensantes a frio»!!! Eu errei, mas a Academia errou muito mais É que nem sequer foi tanto a suspensão, foi nunca me dizerem absolutamente nada, depois da realização de um reunião da qual saí mais do que convencido que tudo iria voltar ao normal. Uma Academia a sério só tinha que ter pensado na criança, de ter sabido gerir um problema a bem e nunca ter optado por tomar uma decisão que só fez mal ao Filipe. E isso, eu não vou perdoar nunca.

Não confundo as coisas. O SC Beira-Mar não são as pessoas. Eu e o Filipe continuamos só a ser do Beira-Mar. Não somos dos ditos «grandes». Até nisso, sinto uma tristeza acrescida. É que para mim, ter um filho no SC Beira-Mar, era bem mais importante do que para muitos pais que têm ali os filhos como bem podiam ter noutro clube…eu não passei a ser do SC Beira-Mar por passar a ter lá um filho, eu já era e vou continuar a ser do Beira-Mar. Agora, este é um episódio que não vou esquecer. Mais do que ter tido a minha pessoa como protagonista, mais do que a saída do Filipe do clube, este é um episódio que não gostava de voltar a ver no clube. Gostava, no futuro, que a Academia fosse também um exemplo de justiça. Há um pai que erra? Ok, mas o filho não pode «pagar a factura». Gostava, de futuro, que o SC Beira-Mar tivesse uma Academia presente, que trabalhasse, que fosse um exemplo daquilo que são os valores da verdadeira Formação de Homens e Atletas. Hoje, infelizmente, não temos nada disso. Temos uma Academia que, neste caso, mais do que tratar mal um jovem atleta, tratou muito mal dois sócios!

Ninguém sabe o dia de amanha, sei que nada é eterno e que as pessoas que muito mal fizeram ao meu filho, não têm ali o seu lugar para sempre. Por isso, há que ter esperança. E não me venham com conversas ou com comentários anónimos e cobardes que apontam para as qualidades futebolísticas do meu garoto, porque isso, numa equipa de futebol de sete, nem sequer tem discussão. É ridículo. E eu não vou permitir. Mas, volto a dizer, as pessoas passam e o clube fica, por isso – e sem que isso seja um objectivo de vida – pode ser que, um dia, o Filipe ainda volte a vestir a camisola amarela.

Julgo que, desde o primeiro dia que entrei na blogosfera, nunca escrevi um post tão cumprido, mas não podia deixar de o fazer. Eu não sou pior ser humano que qualquer senhor da Academia. Eu sou pai e gosto muito do meu clube para deixar isto em claro. E não me vou resignar. Vou lutar sempre por um clube melhor. Vou lutar para que este exemplo seja divulgado e denunciado. Porque, ontem foi comigo, amanhã pode ser com outra criança e outro pai. Não posso continuar a viver com um peso na consciência porque a Academia cometeu um erro muito, muito mais grave do que eu. Vou continuar a lutar para que o SC Beira-Mar não ponha em causa a sua história e não dê razão aqueles que dizem que ali, em termos de escalões de formação, só jogam os filhinhos do fulano tal e os filhinhos do senhor Doutor! O SC Beira-Mar tem que ser uma referência em todos os aspectos.
Felizmente, o SC Beira-Mar não é só a Academia, e como eu nunca deixarei de ser do maior clube aveirense, já este fim de semana vou a Montemor-o-Velho ver a nossa equipa de basquetebol e no domingo vou a Guimarães ver os nossos seniores jogar.

Obrigado a todos aqueles que se deram ao trabalho de ler este meu texto.
Pedro Neves

16 comentários:

  1. Quem escreve assim não é gago... E realmente tratar assim os miúdos, merece castigo exemplar... Boa sorte ao Filipe para a nova aventura...

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  2. Se fosse meu filho ponha no jornal, a Direcção do clube não sabe disto de certeza, se souber chama o seu filho de volta e manda o treinador e o coordenador para casa.O Filipe tem valor para jogar em qualquer clube aqui perto

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  3. Não se sinta penalizado por o coordenador não avaliar o treinador do seu filho, tambem nunca o vi este ano nos treinos e jogos do meu filho, mas mesmo se fosse para avaliar é preciso saber.
    Quanto as chamadas que não atendeu tem uma explicação, não lhe interessou não atendeu, revela falta de formação

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  4. Não devemos calar qdo "calcam" os nossos filhos.
    Bem haja.

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  5. Academia?Coordenador?Treinador?
    Isso existe no Beira-Mar?
    Desculpe quando temos um coordenador que é treinador esta tudo explicado.
    Como ele pode avaliar o treinador do seu filho se ninguem o avalia.
    O Beira-Mar é so nome, o Filipe tem varios clubes perto que pode ser mais feliz.
    Eu ponha nos jornais.

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  6. Sou do Arouca e assisti ao jogo, mas deixe-me que lhe diga que nenhum dos jogadores do Beira-Mar entrou a 20 segundos do final e olhe que já o confirmei com vários outros pais. A questão da postura do treinador, se é como refere, é de lamentar mas o que se assistiu foi a um jogo dominado pela nossa equipa, principalmente na segunda parte e a um episódio lamentável de alguém que invadiu o campo no final do jogo com injurias para com um director(?) ou treinador(?). Concordo quando diz que os clubes não são as pessoas, assim como nem todos os adeptos do Beira-Mar fazem aquele tipo de figura. A sensação com que fico desta triste história é que o problema já não é novo e com este tipo de atitudes de um lado e de outro, todos ficam a perder...
    Saudações desportivas

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  7. Pedro,

    Tens o meu apoio de 1000 % neste assunto aqui acima descrito ...
    Como Aveirense e Beiramarista e Sócio há 24 amos ... acho inacreditável este tratamento ao Filipe ... ACADEMIA ??? Nunca na vida ...

    Força Filipe !!! Não deixes de fazer aquilo que adoras ... Jogar á Bola !!!

    Pedro continua como sempre ...

    Ser verdadeiro e Beiramarista a 1000 % !!!

    1 Abraço de Amigo

    JP

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  8. Pedro, ponto prévio, ninguém que seja Beira-Marense se revê nos comportamentos dos "responsáveis" da Academia que aqui descreves, pelo que antes de mais, obrigado por expores esta situação que tem que ter consequências visíveis na própria Academia, caso contrário a Direcção terá os Sócios à perna.

    Mais, como sócios, tanto tu como o Filipe não podem ser afastados de nada do clube. Nada! Ou te expulsam como sócio pelos teus actos ou tens tantos direitos como eu. Sobre este ponto também não há muita discussão e por isso não encerres já a tua luta e aborda a direcção sobre este assunto que é gravíssimo.

    Agora como teu amigo e tão fanático do Beira-Mar como tu (não me esqueço que vimos a Final da Taça que ganhámos no Jamor lado a lado) tenho que te apontar um erro enorme e não tem nada a ver com os teus actos em Arouca (que pelo que percebi, nem é uma questão de pedir desculpa ou não, é de teres vergonha do que fizeste): és do Beira-Mar e adoras futebol, mas a tua primeira prioridade tem de ser como Pai; permitires que um treinador trate mal o teu filho ou os seus colegas de equipa, limitando-te a protestar e a escrever posts em blogues, não é zelar pelos interesses do teu filho. Tu e todos os Pais daquela equipa tinham de ter tomado na época passada e nesta época de novo uma posição de força que ou entra um treinador adequado para uma equipa dessas, ou os miudos saem da equipa.

    Apenas por este ponto deves encontrar razões mais do que suficientes para perceberes que, apesar de ter acontecido da forma errada, finalmente o Filipe saiu de um ambiente a que nenhum miudo deve estar exposto.

    Como sabes estou fora do país há uns anos e tenho ligações cada vez mais fortes com os paises Escandinavos. Posso-te garantir que por aqui, aquilo que relatas do comportamento dos treinadores com miudos dessas idades, seria um caso de policia!... e tenho as minhas dúvidas que aí também não fosse.

    Finalmente uma última nota relativamente ao espírito de "ganhar a todo o custo" que norteia as atitudes das pessoas que referes e que, lendo atentamente o teu texto, em alguns pontos até a ti te influencia: é inadmissível numa equipa de miudos de 9 anos que se pensem sequer em títulos. Nessas idades isso tem de ser completamente irrelevante. Até aos (pelo menos) 14 anos, os miudos estão em Formação; e formação é aprender a estar e trabalhar em equipa, aprender o valor da solidariedade, da entre-ajuda, do respeito pelos colegas e adversários, de saber perder e (muitas vezes mais difícil) saber ganhar, aprender a ser educado e no meio disto divertirem-se. Só depois disto tudo e apenas como uma consequência, é que aprendem a jogar futebol (ou basquete, ou o que quer que seja).

    Abraço para ti, para o Filipe e um beijo à Claudia.

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  9. Tenho 25 anos e sou sócio do clube desde sempre. Embora ame o meu clube e não acompanhe in loco o trabalho da academia, afirmo com certezas de que, infelizmente, este é só mais um episódio rocambolesco de uma história recorrente. São vários os testemunhos de amigos que poderia citar. Não o farei, basta referir a sua existência e semelhança, acredite-se ou não. Entristece-me que academia, com as indiscutíveis dificuldades que tem, não tenha, pelo menos, Homens com capacidade para formar homens. Os exemplos são podres, sem generalizar. Entristece-me que o maior clube da melhor cidade não tenha a melhor formação. Nem de perto!! Não me vou alargar em comentários críticos e limito-me a transmitir-lhe a minha solidariedade. Uma palavra de esperança ao sei filho, até pq em Taboeira, segundo consta, a formação é melhor tecnicamente e humanamente. Pode ser que um dia mais tarde volte a vestir a camisola que tanto nos orgulha e que com isso simbolize todos aqueles que foram mal-tratados por factos que lhes eram alheios.
    Cumprimentos,

    Anónimo que quer ser anónimo.

    Beira beira!!

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  10. Boa noite,
    Não vale a pena fazer mais alarido.
    A direção se fizesse alguma coisa, já o tinha feito.
    Não é caso unico, a direção nunca toma decisões contra a Academia porque não sabe nem quer saber o que passa.
    Pedro dou-lhe um conselho, não vale a pena andar a escrever aqui, vá ter com a Direção e mostre o seu ponto de vista.

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  11. Independentemente de tudo o que possa haver à volta, excluir uma criança por um erro que não cometeu (e que tivesse cometido, aos 9 anos?!...) é uma barbaridade inaceitável, indigna e cobarde! Sejam quem forem os protagonistas de tal decisão, quem procede desta maneira não tem o mínimo de condições para estar à frente de projectos que envolvam crianças, no futebol como em qualquer outra actividade. Sem discussão possível.

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  12. E gostaria de acrescentar mais: se a direcção se alhear do acontecido, está a prestar um péssimo serviço ao clube. Conhecendo o António Regala há muitos anos, tenho-o por um homem corajoso e sensato que não vai enterrar a cabeça na areia sobre o assunto. É, aliás, como beiramarense isso que espero dele, que mande averiguar se o que o Pedro Neves escreveu corresponde à verdade e em caso positivo, tomar medidas drásticas perante um caso tão grave, porque a exclusão de uma criança para mais nessas circustâncias, é um caso grave e inadmissível.

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  13. Caro Pedro, conhecendo-te como conhecido, deve ter sido com um nó na garganta e dor que colocaste o teu filho a jogar no Taboeira. Que ele volte depressa ao seio da familia auri-negra!

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  14. Este último comentário acho que era escusado

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  15. Aproveitando o ttulo do Sr. pedro neves"que academia é esta" aproveito para fazer uns comentarios.
    Em relação ao filipe eu concordo com o nuno quintaneio, são pessoas crediveis deviam tentar entenderem-semagora vejo outras criticas as pessoas da academia por ditos beiramarenses e eu agora pergunto:ponham-se no lugar da academia.
    que academia é esta que os seus colaboradores andam com os seus carros a trasportar jogadores e a deslocarem-se para treinos e jogos sem receber nada em duas epocas.
    que academia é esta que treina em pelados sem condições,fazem brilharetes como recentemente os iniciados e nunca tiveram ninguem da direcção presente a dar uma força,um incentivo.
    que academia é esta onde o treinador dos seniores actual e anterior não pos os pés uma unica vez para ver um jogo de juniores por exemplo, nem o director desportivo que é pago a tempo horas para trabalhar em prol do clube.
    que academia é esta que não tem devido reconhecimento e apoio nos jogos dos ditos socios escandalizados pela historia do filipe que eu tambem acho repito, que não teve o final aceitavel.
    que academia é esta que os treinadores e directores se quiserem um fato de treino do clube ou roupa para treinar têm de a comprar pois o que sobra de epocas anteriores dos seniores que serviam para isso levam sumisso(anda o roupeiro a da-las aos amigos).
    que academia é esta que não é alvo de melhoria das condições de treino.
    que academia é esta que ano apos ano é quase sempre alvo da tentativa de expulsão de realizar os seus jogos no mitico Mario Duarte pela direcção(redondo) quando um dos maiores orgulhos dos miudos e sentirem que ali jogam em casa apos treinarem a semana toda fora de aveiro.
    que academia é esta onde ao contrario de outros clubes os seniores não aparecem no seminario de vez em quando a dar força aos miudos para continuarem a trabalhar,ou no local de treino do futebol de 11,recordo de uma iniciativa recente do sporting onde todos os guarda-redes da formação tiveram um treino com o rui patricio e tiago e treinador de guarda-redes dos seniores para evoluirem e aprenderam. mas é preciso alguem dizer, és profissional do clube tens que ir, se vão ás escolas fazerem visitas porque não ás escolas...mas do nosso clube?
    que academia é esta que existe só porque fica bem os clubes terem.

    E muito mais coisas que agora não me recordo.
    pensem nisto antes de criticar quem lá anda porque a academia está aberta a todos os sócios que quiserem colaborar e ajudar.
    E agora digam-me, é facil trabalhar assim na academia?

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